Policial Militar é condenado por forjar abordagem e furtar celulares em Maracaju

Sargento é implicado em esquema ilegal envolvendo policiais e motoristas de ônibus interestaduais

Da Redação


Acusado de furtar celulares apreendidos em abordagens “fake”, o sargento da Polícia Militar Samir Miguel Raidan, de 46 anos, foi condenado a 8 anos de prisão em regime fechado por usar a influência do cargo que tinha para cometer o crime. Na sentença, a Justiça Militar também pediu a exclusão do policial do quadro de servidores da PM. O companheiro dele, o cabo Átila Germano Gomes, de 34 anos, foi absolvido de parte das acusações por falta de provas e teve o processo desmembrado por falta de provas.

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Considerado culpado, Samir já recorreu da decisão, no entanto, terá de continuar preso, enquanto aguarda parecer do Tribunal de Justiça. No entendimento da Justiça, a medida é necessária para a condução processual e “garantia da ordem pública e exigência da manutenção das normas ou princípios de disciplina militar”.

O esquema em que o sargento é implicado veio à tona após investigações da Corregedoria da Polícia Militar que usaram escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Em conversas a que teve acesso, a Corregedoria identificou que Samir e o cabo Átila Germano combinavam abordagem policial falsa. Com base nessa descoberta, equipe passou a vigiar os militares, lotados na cidade de Maracaju, rota usada por traficantes e contrabandistas que saem de Ponta Porã.

Na conversa em que a Corregedoria teve acesso, os militares receberam informações privilegiadas sobre carga de celulares paraguaios que seria levada pelo passageiro de um ônibus de viagem. A intenção da dupla era apreender os aparelhos e não fazer o registro de retenção, para assim, conseguir ficar com a mercadoria.

Para fazer o flagrante, equipe da Corregedoria foi até Maracaju em carro descaracterizado e acompanhou de longe o momento em que os policiais abordaram o ônibus na MS-162, assim como já haviam combinado anteriormente. Depois da fiscalização armada, eles saíram do local levando uma pessoa.

Átila e Samir foram seguidos de longe e, no GPS da viatura, sistema de localização apontava que antes de chegar na Delegacia da cidade, a equipe parou em um terreno baldio. No local, escondido em meio ao mato, foram encontrados dois iPhones 8 plus, dois iPhones 8, 17 celulares Redmi Note 9 e três aparelhos Redmi Note 9s.

Parados quando chegavam na Delegacia, os agentes foram flagrados com uma mochila, onde estavam três fones de ouvido. Questionados, eles apresentaram versões diferentes sobre a origem dos produtos.

Em depoimento, Samir disse que abordaram um suspeito, mas que o preso estava apenas com drogas, negando a existência dos celulares. Ele negou que tivessem parado em terreno baldio antes de chegar na Delegacia, contrariando o que GPS da viatura apontava.

Já Átila, confirmou a parada no terreno baldio e justificou que teriam interrogado o suspeito no local, com a intenção de descobrir mais detalhes sobre a origem da droga apreendida com o suspeito abordado no ônibus. Ele afirmou não saber dos celulares encontrados no mesmo local onde parou. Com Campo Grande News

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